quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Ela abriu os olhos e por alguns segundos sentiu um alívio.
Até que despertou.
Enfraqueceu.
Pelo espelho quebrado do seu quarto, se olhou.
Seu reflexo a fez chorar.
Era ela, sim, só ela, só.
Seu rosto não escondia, ainda estava inchado da noite anterior.
Fechou os olhos querendo mudar, sumir.
Fechou os olhos querendo não desabar. Desabou.
Ela podia fingir para qualquer um, talvez para todo o mundo,
mas alí,
era ela
contra ela mesma.
Doía perceber que não tinha força para parar aquela dor,
não tinha força o suficiente para lutar contra a sua vontade.
Perdeu.
Com a cabeça abaixada, agora, sentia o peso.
Seus olhos, com certa hesitação,
voltaram-se mais uma vez para seu inimigo,
que a fitou quase a insultando por ser tão fraco.
Perdeu, mais uma vez.
Mas então, alguém bateu na porta.
Ela secou as lágrimas,
se escondeu
e voltou a sorrir para fora.

3 comentários:

Diego Sandins disse...

Nos sentimos assim muitas vezes. A possibilidade de ler alguns textos, nos torna forte para tentar fazer com que outras pessoas também fiquem. E, melhor, sem precisar fingir.

Pedro Melo disse...

legal essa passagem... é da menina que roubava livros??

Camila L. disse...

Não, é minha. ;)